sábado, 23 de outubro de 2010

Do you have gelol?

Sim, sou uma exagerada. E por isso no primeiro dia em Paris decidimos fazer um roteiro a pé, até cansar. Eu e a Denise, minha melhor amiga e companheira de indiadas, saímos de Parc La Villete para irmos ver a Torre Eiffel. Fazia muito frio. Mas a toca, os casacos e as luvas pesavam mas resolviam o problema. Desembarcamos do Metro na estação ao lado do Louvre e fomos caminhando. Margeando o Senna as horas e os quilometros iam passando e a gente não sentia. Parava para uma foto, para ler o mapa e seguíamos.
Naquela manhã de janeiro, as chuvas do inverno parisiense tinham dado uma trégua e fomos presenteadas por um lindo dia de sol. Horas depois, chegamos a Torre Eiffel. Parecia que tínhamos caminhados poucos metros, mas entre o para, volta e atravessa rua, já tínhamos nos perdido e nos achado. Subimos na torre, olhamos a cidade, choramos de emoção, ligamos para casa, e descemos.
Já começava a anoitecer e as duas seguiam animadas.
Fomos em direção ao Arco do Triunfo. De lá, disseram, vocês terão uma das mais belas vistas de Paris. A imagem da cidade luz e a sua famosa torre. Fomos. Caminhamos, caminhamos e quando chegamos ao arco, descobrimos que não havia elevador lá. Se quiséssemos curtir a paisagem teríamos que encarar os 387 degraus. Vamos, , já que estamos aqui.
E foi depois de subir e descer o arco e ainda caminhar pela Champs Élysées que estourei meus joelhos. Sim os dois. E esse era o primeiro de 28 dias de viagem. E agora?
Depois de muito insistir a Denise conseguiu me convencer a comprar uma pomada, um Gelol ou algo do tipo, para diminuir as dores.
Estávamos no Centro de Paris quando encontramos uma farmácia. Pensei, aqui alguém há de falar inglês. Entrei, procurei entre os medicamentos expostos e nada. Nada parecia com aquele tubo verde spray ou com a pomada. A solução era perguntar.
- Bonjour. Parle vous anglais? - perguntei a atendente.
- A little bit - respondeu ela, com cara de poucos amigos.
Tentei explicar em inglês que procurava por um remédio, algo para sanar a dor nos joelhos. E nada. A mulher não entendia uma vírgula. Aí tentei de tudo. Mostras as palavras no dicionário Francês/Português, fazer gestos, dizer palavras soltas. Nada dava efeito. E quando chega nesse ponto a gente não sabe se ri de nervoso ou do papel de bobo. Minha última tentativa foi dizer:
- Do you have Gelol?
Em vão. Em meio a gargalhadas minhas e da Denise, compadecida com a situação, a atendente nos olhou e disse:
- To put the inflamation out!
- Yes! Yes!
E lá se foi para o fundo da farmácia. Momentos de tensão. E eis que ela voltou com um tubo de Cataflam gel. Santo remédio. Salvou a viagem.
Fica a lição. Levar todo tipo de remédio na bagagem. E fica a dica para as empresas farmacêuticas, mesmos nomes em todo o mundo. Os viajantes agradecem!

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