Este é um lugar para pendurar palavras, frases e pensamentos que ficam jogados aí, sem qualquer pretensão, a não a ser a de não voltar para o armário.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Que em 2011...
domingo, 19 de dezembro de 2010
Carta aos noivos
domingo, 5 de dezembro de 2010
Sem listas
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Resumo das novelas
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Lealdade
domingo, 7 de novembro de 2010
Chopp e lágrimas
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Do céu alaranjado
domingo, 31 de outubro de 2010
Gavetas limpas
surpreendo.
Em um bolso de um casaco encontrei um papel. Nele, anotado o celular de uma amiga que está em Londres. Numa gaveta dezenas de cartelas de remédio vazias. Compridos para a gripe que salvaram o inverno.
Numa pequena bolsa estava um prendedor de cabelos que achei que tinha perdido. Mas estava lá, guardado.
Duas sacolas de lixo e uma gaveta limpa depois sinto uma leveza maior. Parece que agora, definitivamente, abri espaço para o novo. Bastante espaço!
sábado, 23 de outubro de 2010
Do you have gelol?
Fica a lição. Levar todo tipo de remédio na bagagem. E fica a dica para as empresas farmacêuticas, mesmos nomes em todo o mundo. Os viajantes agradecem!
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Insônia criativa
sábado, 16 de outubro de 2010
Bolhas calmantes
Para que mesmo serve o plástico bolha? Para ser furado, ora. Vai dizer que você nunca se pegou se divertindo bem mais com o plástico bolha que embala a caixa do DVD que chegou pelo Correio do que propriamente com o filme? Todo mundo faz isso.
Parece automático. Você desembala o pacote com todo cuidado para não rasgar o plástico e estourar acidentalmente alguma daquelas bolhinhas calmantes. Tem gente usa plástico bolha e o hábito de estourá-lo no lugar de remédios calmantes ou florais. Até que vira um vício.
Um belo dia você sai de casa desesperado para estourar algumas bolhinhas, mas aonde comprar plástico bolha? Eu nunca achei para vender. Então você passa em frente a uma loja de cristais. Peças delicadas, que se quebrariam ao mais delicado toque. Cristais em forma de taças, cinzeiros, vasos, elefantes e até um crucifixo. Mas você não quer os cristais, não precisa de taças de vinho tinto ou de um centro de mesa novo. Você quer o plástico bolha. Logo, peças que correm o risco de se quebrar tão facilmente só podem ser embaladas pelo melhor plástico bolha do mundo.
Claro que deve haver vários tipos de plástico bolha. Da mesma maneira em que os vídeo-games são feitos de fase. Você começa pelos mais simples, os que estouram com mais facilidade. E aos poucos vai se especializando na arte de estourar essas deliciosas bolhinhas e avança de fase. Plásticos mais espesso, bolhas maiores. Tri bom.
Mas vamos voltar a loja de cristais. Aí você escolhe o vaso mais alto e de boca bem larga. Quanto maior a peça, mais plástico bolha. O preço nesta altura do campeonato pouco importa. Cinco vezes no cartão de crédito e pronto. Ainda bem, pois afinal, nesta altura do campeonato você daria um rim por cinco centímetros quadrados daquelas bolhinhas. Sai da loja com dois quilometros e meio de plástico bolha. Alegria pra um final de semana inteiro.
O vaso vazio fica na estante. Juntando poeria. Já o plástico bolha, que não tem mais nenhuma bolha inteira, esse sim merece destaque ao lado o sofá e em frente a tv.
Cansei...
Cansei de ficar em casa esperando que a vida aconteça. Cansei de esperar pelo trem na plataforma da estação. Cansei de esperar o elogio que tu nunca me fez. Cansei de jogar na loteria e nunca acertar mais do que um número. Cansei de tocar a companhia das casas vazias.
Faz muito tempo que cansei. Foi quando acordei. Quando parei de correr atrás e respirei. Olhei para a direita. Para a esquerda. Olhei para trás e vi que a vida tinha ficado lá longe. Nada me pertencia, nada era meu. Eu corria por coisas que não eram para mim. o carrinho que eu empurrava, pesado, não tinha nenhum pertence meu.
Foi aí que eu finalmente parei. Parei de novo. Respirei um, duas, três vezes. Começou a chover. As gotas da chuva pareciam entrar pelos meus poros e lavar todo aquele ranso que me me acompanhou por anos. Estava limpa. Zerada. Podia seguir. Só não sabia para onde.
Por muito tempo fui para onde me diziam para ir. Ia para não andar sozinha. Ia para não me sentir solitária. Mas me sentia solitária mesmo assim. Caminhava com pessoas ao meu lado que pareciam não me ver. Era uma invisibilidade visível.
Demorou para que eu me desse conta disso. Larguei o carrinho que, eu mesmo sem saber para onde ia, eu continuava empurrando. Fui deixando as coisas pelo caminho. Esvaziando o carrinho. Agora quero colocar coisas novas e antigas mas que sejam minhas. Coisas que eu queria, que eu goste. Coisas que eu deseje e ame.
Vou seguir caminhando. Mesmo sem fôlego, ofegante quanto aquela criança que corre atrás do vendedor de sorvete na beira da praia. Cansei, mas respiro mais uma vez. A recompensa promete ser gratificante como um picolé de limão sob o sol escaldante de Cidreira.